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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Até o vento invejará nós dois


Quero percorrer teu corpo macio
Como se tuas curvas fossem caminhos, estradas
Que me levassem ao céu...
Ao mais perfeito céu do prazer,
Que entre grito e gemidos diria ao mundo
Que o macho e a fêmea se entregam
Antes de serem homem e mulher
E na doação por um instinto divino
Se completam num doação de corpo e alma.
Quero, entre sussurros, te dizer...
Coisas indecentes, despudoradas,
Deixar o pudor rubro de vergonha
E entre tuas coxas me deixar ficar
Como se a vida fosse dali para o infinito.
Ouvir teus lábios falando pela alma
A necessidade de se dar toda, fazendo
Do corpo um oratório de orações profanas
E a alma rezando por pecados que ainda virão
Nessa louca aventura de procurar em nós,
Em nossas almas, em nossos corpos
O prazer divino de uma entrega em que o gozo
Se fará tão intenso que o céu se abrirá em risos,
Que o vento cantará com o tempo
A inveja que terão desse nosso momento.




José João
11/07/2.012

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